quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

NEM TÃO CRAQUES, MAS TÃO CRAQUES...


Por todos os lados do Brasil, em todos os locais que conheço e ouvi falar de futsal há os comentários clássicos: "o fulano é gênio, o cicrano não jogou porque faltou um empresário, o mané bebia demais e não aguentou a rotina, aquele outro ficou pelo caminho porque os pais não deixaram" enfim, tenho certeza que essas frases já ecoram nos ouvidos de todos os amantes do esporte da bola pesada.
Nos campinhos da vida, na várzea, nos ginásios, nas praças, com as condições adversas e das mais diversas, um time sem camisa outro com camisa, ta feita a pelada, a baba. Bastava uma bola, alguns gurizinhos e a diversão rolava solta. As palavras que vem a mente me remetem a um passado nem tão longínquo, a infância que vivi no meu RS foi a mesma que viveram muitos de vocês, leitores futsalonistas. As peripécias que fazíamos pra jogar bola eram inigualáveis, a criatividade não tinha limites, aos domingos de manhã, jogo no campinho da rua, dois bairros, um contra o outro, valendo um litro de refrigerante, sem árbitro (na pelada o acordo de cavalheiros não permite que sejamos subjugados e doutrinados por algum detentor de tais direitos), durante a diversão comemorávamos o gol como se fôssemos os craques. O mais engraçado eram os comentários, rolavam por dias, nos faziam sonhar, imaginar que seríamos Zico, Falcão, Ronaldo, Romário, Gamarra, no futsal: Danilo, Waguinho, Choco, Serginho, Vander, Morruga, Ortiz, Fininho, Douglas, ufa, tantos...
Por onde o futsal me levou ouvi histórias divertidíssimas que se assemelham ao que dividi com vocês, conheci craques da bola que fizeram a história do esporte ser mais bela e próxima a vida do brasileiro. Da minha infância meu irmão Jéferson ou Pelé, Negão, foi um desses que imaginei por tempos como um cara desses não se tornou profissional, ainda de Palmeira Lerinho, o Ricardo, guri habilidoso, inteligente demais com a bola nos pés. Noutras cidades lembro de alguns nomes: Mauro, Cesinha e Leco de Campos Novos. Zaquel, Dunga e Marcelo Paulista de São João Batista, Guilherme de Santa Maria, um grande goleiro pra esse time: João Maria de Canoinhas, "o melhor goleiro de futsal de SC" segundo Alcione Machado. Enfim, há um sem número de craques que foram mas se não se tornaram craques da bola. Viveram e sonharam, se divertiram e ainda carregam em seus fenótipos o peso da bola de futsal.
Não consigo imaginar como seria o futebol e o futsal sem esses craques. Profesores, jornalistas, vendedores, médicos, muitas profissões, em todas elas um espaço nos fins de semana pro campeonato do clube ou pra pelada no meio da semana. Hoje não há mais campinhos, mas da-se um jeito. O que não tem jeito é ficar sem a bola, sem o futebol, o futsal. Ele faz parte da vida dos craques da vida, não só do imaginário, mas do numerário ao final do mês, de nada adianta a esposa nos obrigar a abrir mão do dinheiro da pelada, do tênis, da chuteira, do calção, camiseta ou colete. A pelada é o momento que vivemos o sonho de infância, e o sonho é o alimento da alma...
Por fim, agradeço ao amigo Betinho de Palmeira, cheirava a gol, pela idéia de homenagear os craques da nossa infância. Aos amigos leitores um pedido: postem histórias das peladas das vidas de vocês, vamos recordar gols, momentos, histórias engraçadas, tudo o que pudermos dividir pra enriquecer ainda mais nossas imaginações. Obrigado a todos e fiquem com DEUS...

Um comentário:

  1. Parabéns Éder ..... Show de bola!!
    Sucesso e saúde pra você e pra tua familia!!
    Abração

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