sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Uma grande final para uma grande liga


Ontem, em Joinville (SC), ocorreu o primeiro jogo da final da liga 2012. Um grande jogo. Há quem diga que um jogo deve ter muitos gols, lá e cá ,defesas monumentais e muita emoção. nem sempre. O jogo desta quinta-feira reuniu dois ótimos elencos, treinadores do mesmo nível, arbitragem sem aparecer e um grande público num centro de eventos que se equiparou com o alto nível do espetáculo. Enfim, tudo para que a o primeiro jogo da final tivesse que ser como fora.
Não tenho como objetivo comentar os jogos, afinal de contas não é minha função. Quero me deter a outros aspectos dos jogos. Percebo que a cada dia que passa os jogos ficam mais intensos, impressionante o nível de desempenho físico a que chegam os jogadores. Aqui vai uma crítica aos tradicionalistas que ainda acreditam num modelo de periodização baseado nos aspectos físicos. Sabendo como trabalha Fernando Ferretti posso afirmar que a base física a que chegam suas equipes em nada tem de modelo cartesiano, sua metodologia é baseada na complexidade, na estrutura tática, o elemento inteligente do jogo, reafirmo que as variáveis físicas vêm de arrasto, inseridos nos objetivos técnico-táticos a que são submetidos seus atletas em seus treinamentos. Por outro lado, pouco posso falar sobre o Cidão, treinador da Intelli. Em tempo, algo me diz que ele trabalha da mesma maneira que Ferretti, PC, Marquinhos Xavier, mas isso é somente suposição minha, baseado na qualidade de seus jogadores e no nível de compreensão que eles tem do jogo e do que ele pede.



No jogo de ontem, percebemos a importância do pivô de referência, Vander Carioca foi tão importante que jogou além do tempo imaginado pelo treinador. Pela Intelli, Guita manteve o nível de atuação, vem pegando muito e nada mais, Ciço esbanja categoria, um grande senso de posicionamento. Ah, aos menos avisados, as equipes do Ferretti marcam muito, o grande lance é que jamais abrem mão de jogarem pra frente. Com isso, correm mais riscos, neste jogo, pela ausência de Valdim e Pixote, a Krona se tornou um pouco menos ofensiva, por motivos óbvios. Na parte defensiva das equipes, estou vendo, cada vez mais, os times correndo pra trás, o retorno defensivo das equipes tem melhorado sensivelmente. Se nota a importância de marcar.  A exigência que antes era pautada em cobrança hoje assume um hábito comportamental, um conceito ligado e determinado pelo modelo de jogo que seguem os treinadores. O nível de concentração das duas equipes foi altíssimo, mesmo com o goleiro linha, a marcação da Intelli foi eficiente e, quando a Krona chegou, lá estava Guita. Por vezes , com o goleiro linha, a bola atravessou a meta paulista e os catarinenses não fizeram. Sorte ou azar? Duvido, isso não existe. 
Em tempo, uma vez o grande treinador PC comentou que um dos grandes jogos da sua Ulbra fora uma derrota contra a ACBF em 2003, pois perderam jogando. Pelo jogo de ontem, Ferretti deve ter afirmado o mesmo, mostrando que o próximo embate deverá ser um grande jogo, cheio de possibilidades, com alternância na posse de bola, sem um time exageradamente defensivo ou ofensivo, será um jogo onde as variações das formações decidirá. Se por um lado Leco, Neto, Júlio, Ricardinho e Gessé marcam, do outro Junai, Ciço e Marinho também. Vander, Leandrinho, Keké e Murilo e do outro Deives, Jé, Vinícius e Falcão respondem ofensivamente.
Podem apostar, teremos um jogo muito vertical, com os treinadores apostando muito no jogo direto, os pivôs se destacando e a torcida mineira da paulista Intelli de Orlândia na mesma pressão com fizaram os catarinenses de Joinville. Se bem que, como ocorrera em Santa Catarina, o nível de maturidade dos dois times não se deixará levar pela pressão da torcida. Fica a dica, ESPN, segunda-feira as 19.00 (que horário e que dia para uma final), façam suas apostas... Eu já fiz!!!

Um grande abraço a todos e que DEUS os abençoe....

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Como o Brasil torce...

Público na Arena da baixada em Curitiba, antes da paralização para as reformas visando a Copa 2014


O blog do Beto Zini é um dos que mais busco notícias do futebol gaucho. Nele, encontrei essa entrevista tri legal galera. Espero que gostem...
http://wp.clicrbs.com.br/boladividida/2012/09/23/como-o-brasil-torce/?topo=13,1,1,,,13...

Como o Brasil torce


Nascido na Costa Rica, na América Central, 38 anos, torcedor do Flamengo, o professor, pesquisador e escritor Bernardo Borges Buarque de Hollanda estuda o futebol na cultura brasileira. Nesta entrevista, ele trata da torcida.
"É possível dizer que desde o final dos anos 1960 as autoridades britânicas estavam em busca de soluções para o comportamento “hooligan” na Inglaterra. O Relatório Taylor, de 1968, documenta esta preocupação, logo após a realização da Copa do Mundo naquele país. Depois de uma década e meia tentando contornar essa situação, o hooliganismo atingiu um limite crítico entre 1985 e 1989, quando ocorreram as tragédias nos estádios de Heysel e Hillsborough, com mais de uma centena de mortos. Neste momento, a perplexidade e a crise moral levaram os gestores ingleses – polícia, organizadores, patrocinadores - a rever toda a política econômica do futebol. Isto começou com a revisão radical da infraestrutura arquitetônica, que acabou, por exemplo, com os alambrados e as separações físicas entre campo e arquibancada, de modo a evitar mortes por superlotação" (Buarque de Hollanda).
(O verbo “torcer” ganhou novo sentido no futebol nos primeiros estádios de futebol da belle époque carioca, ainda no século passado. Em determinados momentos da partida, as mulheres, nervosas, torciam os lenços. Assim, “torcer” passou a ser associado ao calor das arquibancadas.)
Zini – Qual o impacto da Copa de 2014 sobre as torcidas organizadas no Brasil?
Bernardo Buarque de Hollanda – O impacto será parcial e indireto, uma vez que, se as torcidas organizadas participavam dos jogos da Seleção Brasileira até os anos 1980, nas últimas décadas, ao menos nas partidas realizadas no Rio de Janeiro, existe a política de policiamento que não permite a entrada dos uniformizados, a fim de evitar o estímulo às rixas clubísticas.
Zini  – Os novos estádios, as arenas, podem mudar o comportamento da torcida brasileira? Teremos torcedores mais comportados?
Buarque de Hollanda – As dimensões espaciais dos estádios refletem concepções não apenas arquitetônicas como de ordenamento social. Os formatos induzem a um tipo de comportamento desejado. Em uma entrevista concedida nos anos 1990, o arquiteto francês que projetou o Parque dos Príncipes, estádio do Paris Saint-Germain, revelou que o modelo para a construção daquela arena havia sido um zoo, por isto a existência de um fosso entre o campo e as arquibancadas. Depois das tragédias em estádios na Inglaterra, os fossos foram abolidos, como o será agora, com o novo Maracanã.
Zini – A plateia dos estádios (o torcedor) fará parte do novo espetáculo? Ou o futebol do futuro pode prescindir dos torcedores? Transformar tudo num espetáculo televisivo?
Buarque de Hollanda – Parece mais plausível pensar em uma ressignificação do modo de torcer do que no fim das torcidas. Justamente porque é um espetáculo televisivo, a tevê necessita da participação do torcedor, como forma de passar a sensação de emoção, exibindo a performance coletiva dentro do estádio. Por exemplo, nada mais performático para a televisão do que mostrar a “avalanche” da torcida do Grêmio após o gol do time. Boa parte das torcidas hoje atua com a consciência de que estão sendo filmadas, vide o próprio tamanho das faixas, em letras garrafais e dispostas em posições estratégicas para a captação das imagens. No Engenhão, duas torcidas organizadas, a Fúria Jovem do Botafogo e a Young-Flu, deixaram o setor atrás do gol e rumaram para o meio de campo, de modo a ficar estrategicamente situadas em frente à televisão.
Zini – Por que a violência faz parte do modo de vida das torcidas organizadas no Brasil?
Buarque de Hollanda – Não diria apenas no Brasil. Existe uma subcultura internacional de jovens torcedores, com três matrizes nacionais exportadas nos anos 1980: o modelo hooligan na Inglaterra, os ultras na Itália e os barra-bravas na Argentina. Nos três, há o apelo e a sedução grupal por condutas violentas, a partir do mecanismo básico de contraposição identitária: nós-eles. As diferenças se dão por conta do caráter instrumental da violência, ora como meio (as circunstâncias levam a soluções violentas), ora como fim (já existe uma premeditação para o confronto).
Zini – Qual o papel da tevê na transformação dos estádios?
Buarque de Hollanda – O papel da tevê é decisivo na alteração da fisionomia dos estádios. Ela altera a própria apreensão perceptiva de quem está nas arenas, haja visto a introdução dos telões. Torcedores, técnicos e jogadores são condicionados a ver os lances nessas telas gigantes, quando a distância e o ângulo de visão dificultam o acompanhamento do jogo. A média de capacidade dos estádios passa a ser 40 mil espectadores, o que garante boas receitas com ingressos majorados e facilita os mecanismos de controle por parte da polícia, com assentos numerados e predeterminados.

domingo, 23 de setembro de 2012

Brasil Olímpico


Divido com vocês um texto compartilhado do site uol no seguinte endereço. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/60328-brasil-olimpico.shtml
Ele fala da participação brasileira nas Olimpíadas de Londres 2012 e trás as perspectivas para Rio 2016. Boa leitura pessoal...

Depois do pequeno avanço em Londres, Brasil precisa aproveitar oportunidade da Rio-2016 para galgar posições no ranking dos Jogos
O Brasil chega hoje ao final da Olimpíada de Londres com um resultado discreto. Ainda na dependência da definição de alguns resultados, o país já bateu seu recorde de medalhas.
O avanço, todavia, foi modesto diante do estágio alcançado há 16 anos, em Atlanta, quando a delegação brasileira conquistou 15 medalhas, três delas de ouro -total que se repetiu em Pequim, em 2008.
O desempenho mostrou-se compatível com a projeção do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mas aquém das 20 participações em pódios esperadas pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
A quatro anos de patrocinar sua Olimpíada, a primeira a ser realizada na América do Sul, o Brasil melhora, mas não figura entre os destaques do planeta. Por que avançamos tão devagar?
A clássica e genérica queixa nacional de que "falta investimento" não é a melhor resposta. Embora sempre seja possível pedir mais, o fato é que, depois de Pequim-2008, o governo federal destinou cerca de R$ 2 bilhões ao esporte olímpico -sem contar as verbas, não divulgadas, de estatais como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que patrocinam vôlei e atletismo.
Por exemplo, de 2009 a 2011, foram repassados ao COB R$ 421 milhões por intermédio da lei 10.264, a chamada Lei Piva, sancionada em 2001 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que reserva 2% da arrecadação bruta das loterias federais para o esporte.
Parte daqueles recursos da União bancou ainda o programa Bolsa Atleta e investiu na preparação, na infraestrutura, na identificação de talentos e na capacitação de recursos humanos. Já há uma verba de R$ 276 milhões comprometida com a preparação de esportistas e a melhoria de instalações para a Olimpíada do Rio.
Lembre-se ainda que alguns Estados possuem leis de incentivo ao esporte, semelhantes à federal, com base em renúncia tributária. É o caso de São Paulo, que em 2010 e 2011 distribuiu mais de R$ 91 milhões para a capacitação e o treinamento de atletas.
No quesito investimento, o calcanhar de aquiles é o baixo volume proveniente do setor privado, mas é certo que a realização dos Jogos no Rio atrairá mais patrocínios. Além disso, com vistas a 2016, o COB e o Ministério do Esporte preparam novos programas e prometem reforçar o apoio financeiro.
Não obstante, prevalece a impressão de que o tempo é curto e de que o Brasil poderá desperdiçar a oportunidade única de dar um salto no cenário internacional ao promover uma Olimpíada, que custará ao país no mínimo R$ 33,5 bilhões (10% mais que Londres).
Com efeito, a atividade esportiva modernizou-se nos últimos anos, mas tem muito a avançar em termos de gestão e eficiência. Além disso, falta ao país um instrumento básico, que é uma política nacional de esporte. No primeiro caso, é preciso superar o persistente personalismo, não raro associado à ineficiência e a práticas condenáveis, que sobrevive na direção de entidades do setor.
Os britânicos dão um bom exemplo nesse sentido. Depois de um fiasco em Atlanta-1996, recuperaram-se com uma reforma no financiamento e na organização de sua estrutura esportiva.
Diferentemente do Brasil, onde a distribuição dos recursos das loterias é mediada por dirigentes do COB e das confederações, no Reino Unido, desde 1997, eles são repassados por um órgão público diretamente aos atletas.
Quanto à política de esportes, é essencial envolver amplamente a população, em especial os mais jovens, de modo a tornar mais eficiente a identificação de talentos.
O caminho é um sistema nacional que abarque não somente clubes, mas também escolas, universidades e outras entidades.
Urge, ainda, enfrentar diferenças regionais -basta dizer que o Sudeste, com 42% dos habitantes, é a origem de 60% da equipe em Londres.
Tais iniciativas poderão auxiliar na necessária ampliação do arco de modalidades nas quais o Brasil participa com chance de vitória ou de medalha.
Sobre isso, o exemplo de Londres se mostra também enfático: o time brasileiro concentrou-se em esportes coletivos numa proporção que não se observa em nenhuma das potências olímpicas. Dos 258 atletas nacionais, 38% disputaram apenas sete medalhas -no futebol, vôlei, basquete e handebol.
Em contraste, países com população menor que a do Brasil, mas voltados para esportes individuais, colhem melhores resultados.
Os brasileiros surpreenderam-se com a inédita conquista individual do ginasta Arthur Zanetti, medalha de ouro nas argolas. A pergunta é: quantos possíveis Zanettis vivem no país sem que tenham tido -ou venham a ter- a chance de praticar ginástica? Como identificá-los, atraí-los e formá-los?
Os desafios para a Rio-2016 não são triviais. Há que planejar e correr para aproveitar a oportunidade de mudar de patamar olímpico.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

FUTSAL: outro grande injustiçado???

Campanha da FPFS para a inclusão do futsal nas Olimpíadas Rio 2016


Há algum tempo, sou leitor assíduo da revista super interessante. Suas reportagens atuais, polêmicas, contextuais e engraçadas fazem parte da rotina de leitura de muita gente no Brasil. No entanto, na edição do mês de agosto, uma reportagem em especial deixou a comunidade futsalonista um tanto quanto incomodada. No texto intitulado pimp my olimpíada a renomada revista cita alguns esportes como injustiçados na seleta esportiva do cartel olímpico. Dentre os injustiçados, citados pela super, estão o skate e suas 134 federações pelo mundo, o automobilismo e as 133 federções nacionais, beisebol com 119 organizações e futebol americano com 182. 
Na referida reportagem a super interessante menciona os porquês destes esportes merecerem uma vaga no rol das olimpíadas e os motivos de não estarem presentes. Com a tradicional competência, a publicação aponta o marketing desenvolvido em prol dos esportes, o retorno midiático financeiro que ele traria, refletindo assim um perfil econômico comum nos dias atuais para o ingresso nos jogos. Sabe-se que o montante de esportes para cada edição dos jogos olímpicos é de 25 a 28 modalidades e que para o ingresso de um, deve-se tirar outro. As questões políticas envolvidas nessa trama, digna de uma novela, norteiam todo o processo e nunca somos sabedores da maneira como ela ocorre. Com grandes números em praticantes por todos os lados do planeta as modalidades mereceriam fazer parte da maior festa esportiva do planeta. 
Por justiça, a revista poderia citar outros grande injustiçados nessa trama esportiva. O nosso futsal, por exemplo. Em pesquisa da  própria editora abril, compartilhado do site (http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-esporte-mais-praticado-no-brasil) o esporte conta com quase 11 milhões praticantes no Brasil e 150 federações espalhadas pelo mundo com a prática formal do futsal. Desses países, 115 buscaram vagas nas eliminatórias para o mundial da Tailândia de 2012 a realizar-se em novembro. A evolução em números, comprovada no post anterior (reportagem da fifa),  aliada ao apelo do povo brasuca poderia ser um grande aval, no entanto isso não passa de murmúrio. Quem decide, passa longe de tudo isso, navega em águas nem sempre justas e dignas. A eles, importa o retorno financeiro de quem está no programa. Muitas propostas já chegaram a mesa dos Samaranchs  da vida (Juan Antônio Samaranch, ex presidente do coi), inclusive uma troca com o futebol, inconcebível, a meu ver, mesmo com as varzeanas seleções que disputam os jogos e o pouco interesse do público. Ora, a disputa entre coi e fifa (letras minúsculas usadas propositalmente) vai além de nossos sonhos, a fifa nega uma "copa" a cada dois anos e o coi rejeita o futsal nas olimpíadas. Enquanto isso, uma de minhas preferidas revistas nem menciona o nosso esporte como injustiçado. Talvez por desconhecer o mesmo, por não  acreditar nele ou por mero desprezo, não sei.
Isso mostra algo que nem a gente - futsalonista - sabe. Afinal de contas, o que queremos para o futsal? Pra onde vamos? São perguntas que deveríamos debater entre nós, formar uma opinião capaz de tornar o esporte tão forte quanto um olímpico ou, melhor, ainda mais forte e sem precisar do apelo dos jogos.

Um abraço a todos e que DEUS os abençoe....


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Uma paixão cada vez mais global


É notório o desenvolvimento do futsal pelo mundo. Prova disso é o texto que publico a seguir, compartilhado do site da fifa. Boa leitura pessoal.
O crescimento mundial do futsal não tem freio. É o que demonstra uma pesquisa realizada pelo Departamento de Desenvolvimento da FIFA. Das 209 federações afiliadas, 150 já praticam o esporte com os mais variados níveis de organização. Levando-se em conta que, em 2006, uma sondagem semelhante apontou um total de 127 membros praticantes, o mais recente resultado representa um aumento de 18%.
Os números mais significativos vêm da Confederação Africana de Futebol (CAF), que há seis anos tinha apenas 21% de adeptos do futsal. Hoje essa estatística saltou para 53% dos países, aproximando-se dos 57% exibidos pela Confederação de Futebol da América do Norte, América Central e Caribe (CONCACAF) e dos 64% ostentados pela Confederação de Futebol da Oceania (OFC).
Com efeito, países africanos onde a disciplina era quase inexistente em 2006, como o Zimbábue, participaram das eliminatórias para a Copa do Mundo de Futsal da FIFA Tailândia 2012. Nesse contexto, é válido mencionar que um total de 115 federações associadas participaram das eliminatórias, 18 a mais do que concorreram para o Brasil 2008.
A FIFA teve uma importante participação nesse crescimento, ao colocar em prática diversos programas para o desenvolvimento do futsal, não apenas nos países iniciantes na modalidade, como naqueles com uma tradição maior no futebol. Um exemplo disso é a Alemanha, uma potência inquestionável nos gramados, que acabou de receber um curso para técnicos de futebol.
Começando do zeroÉ interessante, no entanto, ver como uma federação começa seu trabalho do zero. Na Ásia, um exemplo ilustrativo do avanço do futsal apoiado pela FIFA é a Mongólia, que lançou as bases do seu projeto no final dos anos 1990, mas só conseguiu colocá-lo em marcha em 2008, com ajuda da entidade máxima do esporte. Maya Lhamdorj, chefe do Departamento de Relações Internacionais da Federação Mongol de Futebol (FMF), conta ao FIFA.com como tudo começou. "No nosso caso, o programa tornou-se uma prioridade por causa da influência do clima na temporada de futebol. Como o inverno aqui dura sete meses, sempre com temperaturas abaixo de zero, o futebol só podia ser praticado durante o verão. O nosso objetivo era torná-lo possível durante todo o ano", diz.
A FMF enfrentou toda espécie de problemas, desde o desconhecimento das regras do futsal até a falta de bolas e de chuteiras apropriadas. O obstáculo maior, porém, era a inexistência de um local adequado não apenas às intempéries climáticas, como também às exigências internacionais. "Felizmente, graças aos projetos Goal  3 e 4 da FIFA, conseguimos inaugurar em novembro passado um pavilhão na nossa sede, dotado de um moderno sistema de calefação", afirma Lhamdorj.
"O impacto foi quase instantâneo", continua. "O número de jogadores cresceu enormemente, inclusive entre as crianças, e agora pretendemos criar torneios para todas as idades. Além disso, podemos aproveitar melhor os seminários, como o que tivemos em janeiro para treinadores, e ampliá-los para os árbitros. A ideia é fazer planejamentos de longo prazo", conclui o dirigente, para quem a derrota nas eliminatórias para a Tailândia foi apenas um tropeço inicial na caminhada.
Competir para crescerA pesquisa revela ainda outro número interessante: das 150 federações que praticam o futsal, 116 contam com pelo menos um campeonato nacional masculino. Esse dado é significativo para certos países que, depois de atravessarem as primeiras fases de desenvolvimento, podem hoje ser considerados emergentes no futsal.
Sede da Copa do Mundo de Futsal da FIFA em 2000, a Guatemala criou uma liga profissional para aproveitar o impulso oferecido pela organização do evento, como explica Gerardo Paiz, diretor de futsal da Federação Guatemalteca de Futebol. "O campeonato local foi fundamental, porque nos ajudou a recrutar novos talentos, ampliando a base, não apenas da seleção principal, como também das equipes de base", revela ao FIFA.com.
Paiz acredita que seria importante estender as competições de clubes em nível regional e diz que está trabalhando para isso, "porque beneficiaria não apenas a Guatemala, mas toda a área". Há de se assinalar, contudo, que o país centro-americano vem dando provas de crescimento nos últimos anos, como o retorno da seleção ao Mundial da categoria no Brasil 2008, após a ausência na edição de Taipei 2004. Hoje a Guatemala é uma referência na região e se prepara para receber as eliminatórias da CONCACAF para a Tailândia 2012 no próximo mês de julho.
Organização e atividades promocionaisA sondagem trouxe também conclusões animadoras a respeito da maneira como as federações afiliadas estão organizando internamente a administração do esporte. Enquanto cerca de 61% criaram um Comitê e/ou Departamento de Futsal, aproximadamente 57% promoveram atividades educacionais ou promocionais relacionadas à disciplina.
Neste sentido, está mais do que claro que tanto as escolas como as universidades podem se tornar importantes colaboradoras das federações na missão de promover e apoiar o desenvolvimento do futsal.
"No fim de 2009, quando a NZF acenou com a intenção de acolher o futsal sob sua governança, a modalidade tinha um status mais amador. Para garantir que não haveria um conflito, mas, sim, um complemento com as atividades do futebol. Para todos os programas de juniores indoor, o futsal foi introduzido”, disse ao FIFA.com Dave Payne, gerente de desenvolvimento da federação neozelandesa.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A culpa é do fone de ouvido

          
Terminadas as olimpíadas, os comentários que se vêem são sempre os mesmos: faltou isso e aquilo, já era esperado esse resultado, poderíamos ter mais medalhas, só isso?, que coisa, enfim, ouvimos sempre as mesmas coisas, das mesma pessoas. Acredito termos alcançados ótimos números e isso acaba gerando uma euforia na expectativa de grandes resultados para Rio 2016. 


Alguns esportes estiveram em evidência em 2012, foi o caso do futebol. Com uma constelação de "craques" a nossa seleção decepcionou (evidente que uma medalha de prata é digna de louvor), porém me apego a questão ligada as expectativas criadas em torno do rendimento dos jogadores. Essa questão cultural fica ainda mais reforçada quando da comparação que faço a seguir. O ginasta Diego Hypólito, em sua participação desabou em sua especialidade, o solo. Logo após o desastre ele pediria perdão aos pais, ao Flamengo, aos patrocinadores, ao povo brasileiro e ao seu treinador. Visivelmente emocionado ele se definiu como um fracassado. A meu ver, ele carregava consigo o peso de alguém que tem um compromisso muito além das medalhas, a possibilidade de alavancar a prática talvez, o patriotismo, a gratidão pelo esporte, a busca por uma condição melhor de trabalho, sei lá, qualquer coisa ligada as questões motivacionais, mas não quero entrar no mérito da questão. 

Quando da comparação com o ginasta, queria colocar o futebol na mesma situação. Jamais imaginei algum de nossos "craques" aparecendo na telinha pedindo perdão pelo fracasso, chorando inconsolavelmente por decepcionar aos sonhos do povo brasileiro. Parem pra pensar: Neymar ou qualquer outro jogador - com todo seu mau gosto ao usar aqueles bizarros fones de ouvido - sem o sorriso forçado, obrigado a encarar os olhos de cada brasileiro decepcionado com tudo isso. IMPOSSÍVEL. Medo, acho que não. Os nossos astros estão rodeados de agentes cuidando de suas vidas, o que falam, o que veem, o que sentem, nada passa despercebido, eles estão robotizados, estão preparados o bastante pra enfrentar a retranca dos nossos corações. As vaias no amistoso da última semana contra a África do Sul no Morumbi evidenciaram a revolta e acreditem: "eles" sentiram, se abraçaram nesta segunda-feira no jogo contra a China, o craque (que  não lançou moda, o cabelo que ele usa, o Léo Moura usa há tempos) disse que ninguém tira o sorriso do seu rosto, isso mesmo: ninguém. Isso é verdade, talvez porque ele não tenha o patriotismo do ginasta, talvez ele não tem a mesma gratidão, não precise de tudo isso, afinal de contas, após o fim dos jogos ele volta pra sua casa, confortavelmente amparado pelo fone de ouvido, sem ouvir as lástimas do povo. 

Blindados, eles não sentem com o mesmo coração. Se assim fosse, diriam estar tristes e decepcionados. Ao contrário, se sentem injustiçados pelo escore dos jogos, pelas vaias, pelas críticas. Acho que as lágrimas que Hipólito derramou deveriam ser de orgulho por tudo o que ele enfrenta. Atrevo-me a compará-los (os jogadores) aos nossos políticos, afinal de contas são hábeis ao sorrir, ao continuar impávidos diante das críticas. Cínicos, se sentem ofendidos quando indagados pela imprensa e a prova do distanciamento da realidade em que vivem essas duas classes é o dia-a-dia de seus mundos, criados, exclusivamente, para a sua satisfação. 

Em tempo, acredito que Neymar seja um grande jogador, porém necessita amadurecer e, com isso, se encher de empatia para com o povo brasileiro, assim como Oscar, Lucas ou Ganso, sentindo tudo aquilo do mesmo jeito que sentimos. Depois disso, acho que a crença no nosso futebol estará engrandecida e o desamor do qual somos alvo retrocede ao seu nível mínimo. Por fim, é preciso olhar pra formação dos jogadores e evidenciar a moral do futebol brasileiro, é preciso enraizar virtudes em nossos jogadores, despertar neles a honra e a glória de defender o escrete canarinho, a essência do futebol. Dinheiro é importante sim, mas jamais será o mais importante. Ah!!!! Tirando o fone de ouvido, eles ouviriam um pouco mais.

Um grande abraço a todos... DEUS os abençoe....

terça-feira, 4 de setembro de 2012

J o g a ç o

                Um grande jogo, com possibilidade de vitória para ambas as equipes. Assim podemos definir o jogo desta segunda feira. Valendo vaga as semifinais da competição, a partida (ocorrida na serra gaucha) teve contornos dramáticos. Jogando pelo empate a equipe CSM/Pré Fabricar/Jaragá do Sul manteve a essência em sua forma de jogar, da mesma forma a ACBF/Carlos Barbosa, as duas equipes jogando com velocidade, verticalidade e, com isso, muito contra-ataque. Placar: 4x3 ACBF. Confiram uma análise da ocorrência dos gols surgidos nessa partida.


      

ACBF 4                                                                   x                      3 CSM/Pré-Fabricar/FME Jaraguá do Sul
Thiaguinho 1x1 - Ataque posicional                                                    Elizandro 0x1 - Contra-ataque
Rodrigo 2x2 - Tiro livre dos 10 mts                                                     Hugo 1x2 - Contra-ataque
Flávio 3x3 - Ataque posicional                                                           Hugo 3x3 - Ataque posicional
Daniel 4 x 3 - Linha goleiro

               Como se vê, o jogo foi equilibradíssimo e rico na origem dos gols. Com dois gols de contra-ataque a equipe jaraguaense apostou numa eficiente marcação quadrante e, além dos gols, vários lances surgidos nessa ação, sempre com a defesa partindo de frente, com os muitos jogadores a frente da bola, quando de posse da mesma. O terceiro gol surgiu de um ataque posicional, com o pivô sendo fundamental na construção e finalização da jogada. Por sua vez, dois gols da equipe sulina surgiram de ataque posicional,  numa clara reafirmação de sua forma de jogar, alas habilidosos, velocidade e aporte do pivô, finalizando ou como passador. Um gol de tiro livre após a 5° falta e o último e mais emocionante gol a 16 segundos do fim.  Jogada com o Jhonatan como linha goleiro linha passando e Daniel finalizando no 2°pau. Uma orientação do treinador jaraguaense chamou a atenção: em seu pedido de tempo ele armou seu time, que seguiu a risca as orientações até o gol da ACBF. Ele pediu que o time marcasse em losango com Dian a frente e pediu que seu goleiro Jean desse um passo a frente e orientou a 2° linha - quando o losango vira quadrante na marcação do goleiro linha - do passe no 2° pau. Na marcação, o ala deu espaço ao canhoto Jhonatan na finalização. Um momento de desatenção que acontece em todas as equipes. O jogo na prorrogação foi ainda mais equilibrado. Precisando vencer, a CSM se impôs e seu ataque criou muitas possibilidades de gol. Essa situação gerou contra-ataques para ambas as equipes, mesmo assim, o placar manteve-se em 4x3 para a ACBF. 
               Um jogo do mais alto rendimento com os gols surgidos dentro da média que as pesquisas apontam é a prova do nível de excelência dos integrantes das equipes. Com isso, evidencia-se a necessidade de se treinar todas as partes do jogo dentro de um equilíbrio que seja justificado com a ocorrência dos gols nas partidas que se joga... Logo comentarei sobre a classificação da Intelli em Orlândia. 

Um abraço e que DEUS  abençoe a todos....

domingo, 2 de setembro de 2012

Voluntários da Pátria

Acabo de ler um texto que fala sobre o voluntariado na copa do mundo. Posto aqui pra vcs. Vale a pena a leitura. Abração a todos e fiquem com DEUS.

                                               Voluntários na Copa da África do Sul - 2010

O lançamento do Programa de Voluntários para a Copa de 2014 gerou uma revolta generalizada na imprensa e nas mídias sociais. A lógica brasileira é retilínea. Se o Mundial gera bilhões de dólares, não faz sentido o coitado do voluntário trabalhar de graça. Simples assim.
A Fifa precisa de 15 mil voluntários para a Copa e sete mil para a Copa das Confederações. Quer ter umas 90 mil inscrições para poder fazer uma boa seleção. O voluntário precisa necesssariamente falar no mínimo inglês e ter disponibilidade total de tempo no período dos eventos. A ajuda de custo é para alimentação e transporte. E o voluntário não é mesmo remunerado, trabalha sem receber por isso.
Um absurdo, foi a gritaria geral. Onde já se viu o país torrar bilhões em estádios e o voluntário não ganhar nada? Aí que precisamos separar as estações. Os gastos exagerados e desmandos com o dinheiro público são uma coisa. O programa de voluntariado é outra. Nesses grandes eventos como Copa e Olimpíadas, os voluntários são peças fundamentais. Eles são os anfitriões, eles mostram a cara do país. No voluntariado é que nasce o verdadeiro engajamento. As Olimpíadas de Londres foram um sucesso muito em função dos voluntários. Que estavam treinados e motivados. Não por um salário, mas pela causa. Queriam mostrar que Londres podia fazer uma grande Olimpíada. Tinham orgulho de sua cidade, informavam e tratavam o turista com carinho.
Não há nada errado em ter voluntários que trabalhem apenas pela oportunidade de participar de um acontecimento inesquecível. Se tem obra superfaturada, se tem gente faturando indevidamente com a Copa é outra conversa. Só não vamos colocar os voluntários na mesma cumbuca, são assuntos completamente distintos.
Texto escrito pelo jornalista Sérgio Xavier, colunista da revista Placar em