terça-feira, 18 de setembro de 2012

FUTSAL: outro grande injustiçado???

Campanha da FPFS para a inclusão do futsal nas Olimpíadas Rio 2016


Há algum tempo, sou leitor assíduo da revista super interessante. Suas reportagens atuais, polêmicas, contextuais e engraçadas fazem parte da rotina de leitura de muita gente no Brasil. No entanto, na edição do mês de agosto, uma reportagem em especial deixou a comunidade futsalonista um tanto quanto incomodada. No texto intitulado pimp my olimpíada a renomada revista cita alguns esportes como injustiçados na seleta esportiva do cartel olímpico. Dentre os injustiçados, citados pela super, estão o skate e suas 134 federações pelo mundo, o automobilismo e as 133 federções nacionais, beisebol com 119 organizações e futebol americano com 182. 
Na referida reportagem a super interessante menciona os porquês destes esportes merecerem uma vaga no rol das olimpíadas e os motivos de não estarem presentes. Com a tradicional competência, a publicação aponta o marketing desenvolvido em prol dos esportes, o retorno midiático financeiro que ele traria, refletindo assim um perfil econômico comum nos dias atuais para o ingresso nos jogos. Sabe-se que o montante de esportes para cada edição dos jogos olímpicos é de 25 a 28 modalidades e que para o ingresso de um, deve-se tirar outro. As questões políticas envolvidas nessa trama, digna de uma novela, norteiam todo o processo e nunca somos sabedores da maneira como ela ocorre. Com grandes números em praticantes por todos os lados do planeta as modalidades mereceriam fazer parte da maior festa esportiva do planeta. 
Por justiça, a revista poderia citar outros grande injustiçados nessa trama esportiva. O nosso futsal, por exemplo. Em pesquisa da  própria editora abril, compartilhado do site (http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-esporte-mais-praticado-no-brasil) o esporte conta com quase 11 milhões praticantes no Brasil e 150 federações espalhadas pelo mundo com a prática formal do futsal. Desses países, 115 buscaram vagas nas eliminatórias para o mundial da Tailândia de 2012 a realizar-se em novembro. A evolução em números, comprovada no post anterior (reportagem da fifa),  aliada ao apelo do povo brasuca poderia ser um grande aval, no entanto isso não passa de murmúrio. Quem decide, passa longe de tudo isso, navega em águas nem sempre justas e dignas. A eles, importa o retorno financeiro de quem está no programa. Muitas propostas já chegaram a mesa dos Samaranchs  da vida (Juan Antônio Samaranch, ex presidente do coi), inclusive uma troca com o futebol, inconcebível, a meu ver, mesmo com as varzeanas seleções que disputam os jogos e o pouco interesse do público. Ora, a disputa entre coi e fifa (letras minúsculas usadas propositalmente) vai além de nossos sonhos, a fifa nega uma "copa" a cada dois anos e o coi rejeita o futsal nas olimpíadas. Enquanto isso, uma de minhas preferidas revistas nem menciona o nosso esporte como injustiçado. Talvez por desconhecer o mesmo, por não  acreditar nele ou por mero desprezo, não sei.
Isso mostra algo que nem a gente - futsalonista - sabe. Afinal de contas, o que queremos para o futsal? Pra onde vamos? São perguntas que deveríamos debater entre nós, formar uma opinião capaz de tornar o esporte tão forte quanto um olímpico ou, melhor, ainda mais forte e sem precisar do apelo dos jogos.

Um abraço a todos e que DEUS os abençoe....


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