quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Super Herói. Da telinha ao futsal

O desajeitado Chapolim colorado

Quando criança, víamos o homem aranha, super homem, he man, batman, entre outros tantos e ficávamos brincando com os nossos sonhos, desejando seus poderes, suas forças, até certo ponto suas prepotências. Sempre fã do Chapolim Colorado, nunca o considerei "super". Atrapalhado, desajeitado, fraco e medroso, quem quer um herói assim??? Depois de um tempo a gente cresce, amadurece, passa a questionar velhos conceitos, inclusive os de heróis, as velhas armas já não encantam mais. É preciso muito mais do que heróis criados, é preciso mais do que músculos, super poderes. Percebemos que eles não existem. Afinal de contas, não há existência sem amor, sem coração. Quando sentimos que toda força do mundo é inútil diante de um coração apaixonado, vemos o quão fraco eles se tornam.

Por sua vez, o grande Roberto Gómez Bolaños deu vida a um herói presente em cada um de nós. Todos os "defeitos" do besouro Chapolim são tão pequenos diante de sua maior arma: o bom coração. Ele consegue fazer de sua única arma a sua grande virtude. Ele derrota bandidos como Tripa Seca, Poucas Trancas e Quase Nada sem ter as vezes um plano inteligente para superá-los, ao coração, todo o mérito. Desmerecido até mesmo por quem pede sua ajuda, ele dá mostras do seu potencial. Está presente em todos os lugares, conquista por sua simpatia, simplicidade e desejo que as coisas dêem certo. Ali, em cada peleia ele deposita tudo o que tem e no final sempre consegue. Esse sim é um verdadeiro herói. Pra mim, o Chapolim traduz aquilo que mais vale na vida: o bom coração, ele é o retrato fiel do ser humano. Os outros heróis, me parecem extras terrestres, mais nada.




Assim como na telinha, no futsal vemos muitos desses heróis. Guerreiros, valentes que entregam seus corações a essa causa esportiva. Temos muitos desses, quero falar sobre um em especial: Ricardo Westphal. De Castro (PR), 27 anos, treinador de futsal. Meu parceiro Caidão nasceu com distrofia muscular ( uma doença progressiva de caráter hereditário, sua principal característica é a degeneração da membrana que envolve a célula muscular, é um termo amplo usado para designar um grupo de doenças genéticas que afetam os músculos causando fraqueza, dependendo do tipo de distrofia, afeta grupos de músculos diferentes e tem velocidade de degeneração variável) e sua paixão pelo futsal não foi abalada por sua condição inata. Atualmente, ele é treinador de futsal de várias equipes de futsal de sua cidade. Seu time principal disputa a chave bronze do futsal paranaense e se chama Nano Futsal (leva esse nome em homenagem ao seu irmão, já falecido pela mesma doença).
Me emociono ao falar dele, ele é um exemplo de que as condições não são capazes de mudar sua atitude, seu coração. Seus temores, seus segredos, inseguranças, nada mais do que características comuns a todos os seres humanos não são impedimentos para suas ações. Sua atitude é seu maior aval. Tenho muito orgulho de ver o quanto ele faz pelo futsal e o futsal faz por ele. Tenho prazer em dizer que ele e o Chapolim são meus heróis favoritos. Eles não deixam que as condições mudem suas atitudes.

Por fim, um versículo bíblico que define bem tudo isso: foi assim para que se manifestem nele as obras de DEUS (João 9,3).

Caido perfilado com seu time

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