sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Lembranças

Nos últimos anos tive o prazer de ministrar as disciplinas de futsal e futebol na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) em Curitiba. Passaram por minhas aulas vários alunos, acadêmicos do curso de Educação Física, gurias, guris, amantes do futsal e futebol, simpatizantes e aqueles que desconhecem os esportes, até aí, nada de incomum. Num determinado semestre, organizamos uma viagem até Jaraguá do Sul (SC) pra vermos a Taça Brasil. Lá fomos nós, ao final de tudo pedi um relato de experiência da disciplina. Transcrevo, novamente (já havia publicado esse texto), um desses relatos que massageiam o ego, nos enchendo de orgulho... 

Nesse semestre, dentro da disciplina de futsal, tivemos a oportunidade de conhecer uma forma diferente de trabalhar o esporte. Diferentemente das outras disciplinas que tivemos até agora na faculdade, o futsal foi à única que conseguiu despertar interesse em todos os alunos e fez com que todos conseguissem, ao mínimo, jogar. Isso só foi possível devido à metodologia de trabalho utilizada pelo professor. Em outras disciplinas dentro do curso, sempre trabalhamos os esportes através dos métodos parciais, com pouca parte das aulas se destinando ao jogo propriamente dito. Mas, com o futsal foi diferente. Através dos jogos condicionados utilizados e criados pelo professor, conseguimos conhecer uma forma de dar aula que motiva muito mais os alunos, causa muito mais interesse e inclui todos os alunos na participação das atividades. Isso sem nunca fugir da parte teórica. Dentro dessa metodologia, tive a oportunidade de participar dos treinos da equipe de futsal. Essa experiência foi muito interessante, pois consegui comparar a metodologia de trabalho utilizada com os níveis de exigência diferenciados. Portanto, através desse método, que pode ser utilizado desde iniciação até no alto nível, a única alteração significativa é o nível de exigência dentro das atividades. Ainda dentro da disciplina, tivemos a oportunidade de comparar as diferenças existentes entre um jogo profissional e um amador. Tanto durante o jogo amador quanto durante o jogo profissional fiquei responsável por realizar uma análise que dizia como as equipes atacavam e defendiam, além de características dos jogadores e dos goleiros. Tanto no jogo amador quanto no profissional, senti muita dificuldade em realizar essas análises. Isso para mim só ressaltou o trabalho da comissão técnica existido na maioria das equipes grandes. A análise é difícil, mas muito importante, com ela podemos verificar todos os pontos negativos e positivos da equipe adversária.

Em relação às diferenças entre os jogos profissionais e amadores, a diferença é gritante. Para mim, o jogo amador se mostrou muito mais corrido e menos técnico. A situação de um contra um também é bem mais evidenciada no jogo amador, principalmente pela recomposição defensiva ser bem menos eficiente do que no jogo profissional. No jogo profissional a posse de bola é mais valorizada e as situações de um contra um são mais raras. As equipes trabalham muito mais a bola antes de buscarem uma situação de gol. Para mim essas foram às principais diferenças observadas.
Por último, tive a oportunidade de participar como árbitro de um jogo da equipe feminina de futsal. Achei a experiência muito interessante e pretendo buscar cursos nessa área para ter a oportunidade de apitar outros jogos.
Por fim, acho que por tudo isso que já foi citado anteriormente, a disciplina conseguiu proporcionar experiências novas e despertou em mim uma nova forma de ver o futsal. Acho que seria interessante esse mesmo método ser utilizado em outras disciplinas práticas, pois proporcionar esse tipo de experiência faz com que conheçamos melhor o esporte, até em seu mais alto nível.

Por João Guilherme Lopes Martins

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