domingo, 3 de abril de 2011

BIGODE

Homenageado pelo Inter em evento do consulado de Palmeira das Missões (RS)

Direto de Palmeira das Missões (RS), o amigo Carlos Romano, meu ex atleta sub 17 em 2004 envia uma entrevista feita com o grande amigo Osmar Machado, simplesmente BIGODE. Um cara espetacular, ajudou muito quando estivemos lado a lado. Com sua humildade, carisma e irreverência cativou a todos. Suas histórias diminuiam o tempo das viagens e sua presença inspirava confiança. Enfim, um bom papo sempre e, agora, uma boa entrevista feita pelo Carlinhos...

PERFIL:
Nome: Osmar Machado (Bigode)
Nascimento: 04/04/47
Natural: Rosário do Sul e cidadão honorário de Palmeira das Missões
Residente: Palmeira das Missões
Profissão: Massagista
Histórico de Equipes
• Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre – 70 e 71
• Sport Club Internacional – 72 a 92
• Al Nasser – (Riad/Arábia Saudita) – 92 (onde trabalhou com Claudio Duarte e Ernesto Guedes)
• Taquariense – 94
• PALMEIRENSE (Palmeira das Missões/RS) – setembro de 94 – outubro de 2000
• Venanópolis – Outubro de 2000 – junho 2001
• Raid – (Bureida/Arábia Saudita) – Junho de 2001 - 2003
• E.C. OURO VERDE FUTSAL (Palmeira das Missões/RS) – 2003 - 2004
• Centenário - 2006

Títulos Conquistados e Homenagens
• 1972 – Campeão Gaucho – (Sport Club Internacional)
• 1973 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1974 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1975 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1975 – Campeão Brasileiro – (Sport Club Internacional)
• 1976 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1976 – Bicampeão Brasileiro – (Sport Club Internacional)
• 1978 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1978 – Campeão do Torneio Viña del Mar - (Sport Club Internacional)
• 1979 – Tricampeão Brasileiro - (Sport Club Internacional)
• 1981 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1982 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1983 – Campeão da Copa Joan Gamper, em Barcelona/Espanha – (Sport Club Internacional)
• 1983 – Campeão do Torneio Costa do Sol, em Málaga/Espanha – (Sport Club Internacional)
• 1983 – Campeão do Torneio Costa do Pacífico, Canadá – (Sport Club Internacional)
• 1984 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1984 – Campeão da Copa Kirin, Toquio/Japão – (Sport Club Internacional)
• 1984 – Campeão do Torneio Heleno Nunes – (Sport Club Internacional)
• 1987 – Campeão do 1º Torneio Internacional de Glasgow/Escócia – (Sport Club Internacional)
• 1987 – Campeão do Torneio da Cidade de Vigo – (Sport Club Internacional)
• 1989 – Campeão do Torneio de Celta/Espanha – (Sport Club Internacional)
• 1991 – Campeão Gaúcho – (Sport Club Internacional)
• 1991 – Campeão da Copa do Estado – (Sport Club Internacional)
• 1992 - Campeão da Arábia Saudita, (Al Nasser)
• 1999 - Campeão da Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho (Esporte Clube Palmeirense)
• 2001 – Campeão da Segunda Divisão da Arábia Saudita - (Raid/Bureida)
• 2003 - Campeão da Serie Prata Futsal - (Ouro Verde Futsal)
• 2009 - Um dos 5 ex-funcionários homenageados pelo Internacional na festa do seu centenário

Alguns técnicos com quem trabalhou
• Abel Braga;
• Cláudio Duarte;
• Dino Sani;
• Ênio Andrade; ( o melhor técnico com o qual trabalhou, pela sua inteligência tática no futebol.)
• Ernesto Guedes;
• Rubens Minelli.

Alguns Jogadores com quem trabalhou
• Paulo Cesar Carpegiani;
• Paulo Roberto Falcão;
• Dom Elias Figueroa;
• Manga;
• Dario (Dada Maravilha);
• Pontes
• Entre outros grandes jogadores

Melhor Time:
“O melhor time que tive o prazer de trabalhar foi o internacional de 1975, o que aquele time jogava não era brincadeira, com Manga, Falcão, Carpegiani, Valdomiro, e Dom Elias Figueroa fazendo o gol iluminado no Estádio da Beira Rio, sobre a forte equipe do Cruzeiro que também contava com uma excelente plantel, onde podemos citar alguns jogadores exuberantes, como Raul Plasmann, Nelinho, Palhinha e Joãozinho”.

Algumas histórias dos seus quase 40 anos de profissão:
“No ano de 1992, quando fazendo parte da comissão técnica do Claudio Duarte, fomos contratados para trabalhar no Al Nasser, equipe mais tradicional da Arábia Saudita, tive a oportunidade de conhecer uma outra realidade, totalmente diferente daquela na qual vivia no Brasil, pois já ao chegar em Riad Capital da Arábia Saudita, fomos obrigados e deixar nossos passaportes com os príncipes, e recebemos uma identidade árabe para poder nos locomover dentro dos seus domínios, porém não tínhamos a menor chance de sair para fora do País sem a autorização do príncipe. Com a impossibilidade de sair, a falta de cinemas, teatros, ou algo que pudesse representar alguma diversão e entretenimento, nos restava somente trabalhar e nos dias de folga, que lá é na sexta feira, descansar, porém mesmo o trabalho era supervisionado pelo príncipe e seus “funcionários”, pois os treinos eram observados, e em véspera de jogo o treinador era chamado de lado e quem escalava o time era o príncipe, mudando completamente o esquema de jogo treinado pelo técnico (no caso o Claudio Duarte) durante a semana, pois para o príncipe o futebol se baseava no ataque, deixando de lado esquemas mais defensivos, ou mais equilibrados, como queria implantar o Claudião, o que acabou fazendo com que o treinador se desentendesse e fosse mandado embora, com apenas 3 meses de contrato cumprido, porem o príncipe não me liberou, tive que permanecer até o fim do contrato”.
“Um fato muito engraçado, era que quando o príncipe pedia a indicação de algum jogador brasileiro para reforçar sua equipe, ele sempre perguntava se o referido jogador, era igual ou melhor que o Zico ou o Pelé, pois eram as referências do futebol brasileiro, ai a gente tentava explicar, para ele que os jogadores, não tinham o mesmo nível do Zico e muito menos do Pelé, mas que eram bons jogadores e que poderiam ajudar a equipe no campeonato.”
“Outra questão que gerava desentendimentos com o príncipe, era a questão salarial, pois ele não era muito acostumado a pagar em dia, e quando íamos reclamar, ele nos dizia, dinheiro pra que, vocês não tem onde gastar, ganham comida, transporte, moradia e não vão sair tão cedo daqui” ai até explicar pra ele que nós tínhamos família no Brasil e necessitávamos dos rendimentos, era uma briga”.
“A segunda vez que voltei para a Arábia desta vez, integrando a comissão técnica do China, ex-jogador do Grêmio de Football Porto Alegrense, onde fomos treinar um time da cidade de Bureida, o Raid/Bureida, da segunda divisão, conquistamos o titulo e subimos para a primeira divisão. Esta segunda passagem pela Arábia foi mais tranqüila, pois já conhecia os costumes e o sistema dos príncipes”

Como palmeirense como é estar presente nas duas maiores conquistas do Futebol de Campo e de Salão de Palmeira das Missões?
“Eu tive a felicidade de participar das duas maiores conquista do futebol de Palmeira das Missões, para mim que sou um cidadão honorário e tenho família aqui em Palmeira, é muito gratificante, pois mostra que o trabalho quando é bem realizado gera resultados, lembro com carinho dos anos que estive a trabalho representando as equipes do Palmeirense e do Ouro Verde e sinceramente espero que o futebol de Palmeira volte a ser o que já foi um dia e que encontre mais incentivos para poder nos dar as mesmas alegrias que tivemos no passado”.

O que aconselha aos jovens que tem o objetivo de se tornar profissionais do esporte?
“Aos jovens que pretendem seguir na carreira esportiva, eu aconselho que eles tenham a consciência de que para ser um atleta precisa-se de disciplina e determinação, porque o esporte assim como a sociedade tem regras e elas precisam ser respeitadas, cuidando dos vícios como a droga que é o principal mal encontrado hoje para nossos jovens, não esquecendo também da alimentação, que é muito importante para o desenvolvimento e para a saúde. E uma coisa que eu gostaria de salientar é que nada vem de graça, mas sim do trabalho e que querer é poder”

Como vê o Esporte em Palmeira das Missões (dificuldades, incentivos)?
“Como já falei, falta incentivo ao esporte de Palmeira das Missões, não só no que diz respeito ao nível profissional mas principalmente na base, pois o esporte é importante não só na formação de atletas, mas na formação de cidadãos, pois quanto maior for o incentivo ao esporte, menor serão os gastos com retirada dos jovens das drogas e da rua, nosso município também está carente de lugares adequados para a prática de esporte e apoio do poder público“

Um comentário:

  1. Ola meu nome é Jailson camargo, tive o prazer de trabalhar com o Bigode no EC Palmeirense, fui atleta do clube, em 1999, 2000 e 2001...é um prazer rever o amigo bem..abraço

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