Boa noite pessoal. Durante a faculdade, fazemos um incalculável número de amizades. São pessoas com histórias diferentes, culturas variadas, objetivos incomuns e muitas afinidades. Dentre esses afins, surgem os grandes amigos, aqueles que respeitamos, dividimos e admiramos. Depois daquela época, os encontros ficaram cada vez mais escassos, então, nos reportamos ao orkut, msn, twiter, msn e afins. Porém, a amizade e o respeito aumentam nas mesmas proporções que as responsabilidades e as famílias se multiplicam, as fotos ficam mais amareladas e as bebidas no segundo plano da foto desaparecem. De muitos amigos que fazemos nesta época, Henrique Fortes Braibante tornou-se, além de colega de Educação Física, colega de futsal também. Desde os tempos da faculdade trabalhamos com o esporte da bola pesada, depois dessa época, rumos diferentes, sempre com o futsal na bagagem. Hoje, ao completar 31 anos, acumula diversos times em sua carreira: Três Coroas Futsal, Santiago Futsal, AJUC Futsal (Júlio de Castilhos), desempenhando a função de Preparador Físico e, por ora, treinador, além de atuar como professor de iniciação nas escolinhas pelas cidades por onde passa. Por tudo isso e com muita honra, felicito a ti, tua esposa e demais familiares pela passagem dos teus 31 anos e desejo que os dias que virão sejam ainda mais promissores. Dando continuidade, começaremos uma entrevista com meu amigo Henrique.
Buenofutsal: Qual a tua expectativa para o futsal nos próximos anos?
Henrique: Espero que aumente o investimento, melhorando a parte estrutural das equipes, aumentando as condições de trabalho, fazendo com que mais equipes apresentem projetos em longo prazo.
BF: Tu tens expectativa do futsal se tornar um esporte olímpico?
Henrique: Sim, mas acho que o futsal não deveria esperar pela ação da FIFA. O futsal tem que ter mais autonomia.
BF: Há alguns meses, tiveste uma experiência como treinador, ela foi proveitosa?
Henrique: Sim, foi muito positiva, tentei passar a equipe da AJUC (Julio de Castilhos), uma estrutura de treinamento, realizando uma pré temporada, logo após uma introdução na parte tática e a manutenção da parte física, mais próximo da competição, intensificaram-se os treinos táticos e treinos específicos para o entrosamento da equipe, pensando na competição que iríamos participar. Desta forma objetivei sempre orientar os trabalhos visando uma rotina profissional e, como é o primeiro ano de existência da equipe, acho que pude contribuir, em contra partida, ela me proporcionou uma ótima experiência em 2009.
BF: Tens interesse em voltar ao comando de alguma comissão técnica?
Henrique: Acho que esta experiência abriu esta possibilidade, atualmente estou atuando como preparador físico da equipe do Santiago Futsal, uma equipe que sempre valorizou bastante o meu trabalho, e estou muito focado no momento em fazer o meu melhor aqui na função de preparador físico, porém, com a evolução da modalidade surge a necessidades de sermos muito versáteis. Por isso, considero tudo como uma questão de oportunidade.
BF: Como tu vês a situação atual do futsal no RS?
Henrique: Em relação a situação do futsal do RS, acho que sempre houve uma diferença entre algumas equipes com relação a investimentos. Por exemplo, as equipes que disputam à liga nacional, consequentemente tem um apoio financeiro maior e se destacam na competição regional. Mas, nos últimos anos, a crise que afetou o mercado financeiro mundial, parece ter atacado também a competição gaúcha com o fechamento de 2 equipes tradicionais e que disputavam a liga nacional (ULBRA e John Deere de Horizontina), isso fez com a qualidade da competição caísse um pouco.
BF: Tu achas que as competições estaduais perderam o brilho?
Henrique: Acho que não, atribuo a uma má fase. Considero a competição do RS uma das mais qualificadas do país, mas temos que lutar para que a competição não entre em decadência e ela está relacionada ao sucesso do futsal no Brasil.
BF: E as categorias de base no RS. Como andam?
Henrique: Acho que a competição poderia estar melhor, tem que passar por uma reformulação na parte estrutural favorecendo um pouco mais as equipes que tem interesse em participar, pois, graças a estas competições acho que o país tem revelado mais craques. Em SC muitas cidades possuem equipes que disputam o estadual e o RS poderia se espelhar nestas iniciativas.
BF: Tu tens um projeto no América Futsal de Santa Maria, em categorias de base, fale-me sobre o andamento dele:
Henrique: Trabalho com atletas da categoria sub 13, atualmente estamos disputando amistosos pela região central do estado, espero estar disputando o estadual da categoria no ano que vem.
BF: Tu achas que a iniciativa pública tem obrigação de apoiar, principalmente, em se tratando de esporte como aporte educacional?
Henrique: Com certeza, ainda mais imaginando que toda escola possui uma quadra poliesportiva.
BF: Tu achas que o futsal perdeu a magia das décadas passadas?
Henrique: Acho que não, cada coisa em sua época, o futsal evoluiu de forma expressiva em relação a treinamento e investimento, respeitando as épocas, mas o futsal hoje exige um estudo e um planejamento muito maior devido à evolução dos atletas e equipes.
BF: A imposição física tem feito a diferença dentro das quadras?
Henrique: Claro, por isto defendo o profissionalismo no futsal, fato que não ocorria na maioria das equipes das décadas anteriores, onde os atletas tem que trabalhar e atuar no futsal ao mesmo tempo, ocorrendo com muito menos frequência nos dias de hoje, influenciando diretamente na parte tática.
BF: Com a chegada do PC ao Corinthians, achas que existe a possibilidade de os grandes do futebol brasileiro passem a investir no futsal?
Henrique: Espero que sim, embora ache que administrativamente o futsal deve ser independente do futebol de campo. Porém, esse incentivo poderia abrir caminhos para melhores investimentos no futsal.
BF: A mídia entraria na jogada?
Henrique: Acho que alavancaria o futsal, ainda mais.
BF: Os treinadores brasileiros são os melhores, atualmente?
Henrique: Acredito que sim, além de ajudar a disseminar o futsal pelo resto do mundo.
BF: E a parte de preparação física?
Henrique: Com certeza, trocando informações com atletas que atuam no exterior, todos relatam que estamos à frente, inclusive, nos treinamentos físicos.
BF: Fale-me de tua equipe atual:
Henrique: A equipe do Santiago Futsal é uma equipe tradicional do futsal do RS que foi fundada em 1996. Atuo há 3 anos por esta equipe. Assim podemos desenvolver um trabalho com mais qualidade. Pois, possuímos um tempo de maturação na filosofia que procuro estabelecer nas equipes que atuo. Atualmente ela disputa o Gauchão 2009. Tenho a honra de trabalhar ao lado do treinador Sandro Colvero, um ícone e exemplo no futsal. Ele que deposita muita confiança no trabalho que desenvolvo. Além do mais, é uma equipe que procura proporcionar boas condições de trabalhos para todos, tanto para os atletas quanto para a comissão técnica. Atualmente estamos em décimo no estadual. O objetivo traçado é a classificação entre os 8 primeiros para prosseguir na próxima fase. Nesta equipe tive e estou tendo a felicidade de trabalhar com excelentes atletas, dentre eles jogadores como Moskito, Émersom, Batista, Edinho, Igor, Rômulo, Gigio.
BF: Todos atuam, exclusivamente, com o futsal?
Henrique: A grande maioria. Alguns trabalham com projetos relacionados com o futsal, em equipes de base, escolinhas.
BF: Meu amigo Henrique, faça as considerações finais:
Henrique: Gostaria de agradecer a oportunidade de expor um pouco do trabalho que desenvolvo dentro futsal e também ressaltar passagens da minha trajetória na modalidade. Com certeza são estes momentos que mais valorizam o trabalho e o esforço que procuro fazer no dia a dia dos treinamentos. Espero ter contribuído com esta troca de experiência que, acredito ser uma fonte de conhecimento entre os profissionais da nossa área. Coloco-me a tua disposição na divulgação deste espaço para que ele traga muitas informações qualificando todos que participam da nossa área. Um grande abraço a este grande colega e amigo.fessor
Buenofutsal: Qual a tua expectativa para o futsal nos próximos anos?
Henrique: Espero que aumente o investimento, melhorando a parte estrutural das equipes, aumentando as condições de trabalho, fazendo com que mais equipes apresentem projetos em longo prazo.
BF: Tu tens expectativa do futsal se tornar um esporte olímpico?
Henrique: Sim, mas acho que o futsal não deveria esperar pela ação da FIFA. O futsal tem que ter mais autonomia.
BF: Há alguns meses, tiveste uma experiência como treinador, ela foi proveitosa?
Henrique: Sim, foi muito positiva, tentei passar a equipe da AJUC (Julio de Castilhos), uma estrutura de treinamento, realizando uma pré temporada, logo após uma introdução na parte tática e a manutenção da parte física, mais próximo da competição, intensificaram-se os treinos táticos e treinos específicos para o entrosamento da equipe, pensando na competição que iríamos participar. Desta forma objetivei sempre orientar os trabalhos visando uma rotina profissional e, como é o primeiro ano de existência da equipe, acho que pude contribuir, em contra partida, ela me proporcionou uma ótima experiência em 2009.
BF: Tens interesse em voltar ao comando de alguma comissão técnica?
Henrique: Acho que esta experiência abriu esta possibilidade, atualmente estou atuando como preparador físico da equipe do Santiago Futsal, uma equipe que sempre valorizou bastante o meu trabalho, e estou muito focado no momento em fazer o meu melhor aqui na função de preparador físico, porém, com a evolução da modalidade surge a necessidades de sermos muito versáteis. Por isso, considero tudo como uma questão de oportunidade.
BF: Como tu vês a situação atual do futsal no RS?
Henrique: Em relação a situação do futsal do RS, acho que sempre houve uma diferença entre algumas equipes com relação a investimentos. Por exemplo, as equipes que disputam à liga nacional, consequentemente tem um apoio financeiro maior e se destacam na competição regional. Mas, nos últimos anos, a crise que afetou o mercado financeiro mundial, parece ter atacado também a competição gaúcha com o fechamento de 2 equipes tradicionais e que disputavam a liga nacional (ULBRA e John Deere de Horizontina), isso fez com a qualidade da competição caísse um pouco.
BF: Tu achas que as competições estaduais perderam o brilho?
Henrique: Acho que não, atribuo a uma má fase. Considero a competição do RS uma das mais qualificadas do país, mas temos que lutar para que a competição não entre em decadência e ela está relacionada ao sucesso do futsal no Brasil.
BF: E as categorias de base no RS. Como andam?
Henrique: Acho que a competição poderia estar melhor, tem que passar por uma reformulação na parte estrutural favorecendo um pouco mais as equipes que tem interesse em participar, pois, graças a estas competições acho que o país tem revelado mais craques. Em SC muitas cidades possuem equipes que disputam o estadual e o RS poderia se espelhar nestas iniciativas.
BF: Tu tens um projeto no América Futsal de Santa Maria, em categorias de base, fale-me sobre o andamento dele:
Henrique: Trabalho com atletas da categoria sub 13, atualmente estamos disputando amistosos pela região central do estado, espero estar disputando o estadual da categoria no ano que vem.
BF: Tu achas que a iniciativa pública tem obrigação de apoiar, principalmente, em se tratando de esporte como aporte educacional?
Henrique: Com certeza, ainda mais imaginando que toda escola possui uma quadra poliesportiva.
BF: Tu achas que o futsal perdeu a magia das décadas passadas?
Henrique: Acho que não, cada coisa em sua época, o futsal evoluiu de forma expressiva em relação a treinamento e investimento, respeitando as épocas, mas o futsal hoje exige um estudo e um planejamento muito maior devido à evolução dos atletas e equipes.
BF: A imposição física tem feito a diferença dentro das quadras?
Henrique: Claro, por isto defendo o profissionalismo no futsal, fato que não ocorria na maioria das equipes das décadas anteriores, onde os atletas tem que trabalhar e atuar no futsal ao mesmo tempo, ocorrendo com muito menos frequência nos dias de hoje, influenciando diretamente na parte tática.
BF: Com a chegada do PC ao Corinthians, achas que existe a possibilidade de os grandes do futebol brasileiro passem a investir no futsal?
Henrique: Espero que sim, embora ache que administrativamente o futsal deve ser independente do futebol de campo. Porém, esse incentivo poderia abrir caminhos para melhores investimentos no futsal.
BF: A mídia entraria na jogada?
Henrique: Acho que alavancaria o futsal, ainda mais.
BF: Os treinadores brasileiros são os melhores, atualmente?
Henrique: Acredito que sim, além de ajudar a disseminar o futsal pelo resto do mundo.
BF: E a parte de preparação física?
Henrique: Com certeza, trocando informações com atletas que atuam no exterior, todos relatam que estamos à frente, inclusive, nos treinamentos físicos.
BF: Fale-me de tua equipe atual:
Henrique: A equipe do Santiago Futsal é uma equipe tradicional do futsal do RS que foi fundada em 1996. Atuo há 3 anos por esta equipe. Assim podemos desenvolver um trabalho com mais qualidade. Pois, possuímos um tempo de maturação na filosofia que procuro estabelecer nas equipes que atuo. Atualmente ela disputa o Gauchão 2009. Tenho a honra de trabalhar ao lado do treinador Sandro Colvero, um ícone e exemplo no futsal. Ele que deposita muita confiança no trabalho que desenvolvo. Além do mais, é uma equipe que procura proporcionar boas condições de trabalhos para todos, tanto para os atletas quanto para a comissão técnica. Atualmente estamos em décimo no estadual. O objetivo traçado é a classificação entre os 8 primeiros para prosseguir na próxima fase. Nesta equipe tive e estou tendo a felicidade de trabalhar com excelentes atletas, dentre eles jogadores como Moskito, Émersom, Batista, Edinho, Igor, Rômulo, Gigio.
BF: Todos atuam, exclusivamente, com o futsal?
Henrique: A grande maioria. Alguns trabalham com projetos relacionados com o futsal, em equipes de base, escolinhas.
BF: Meu amigo Henrique, faça as considerações finais:
Henrique: Gostaria de agradecer a oportunidade de expor um pouco do trabalho que desenvolvo dentro futsal e também ressaltar passagens da minha trajetória na modalidade. Com certeza são estes momentos que mais valorizam o trabalho e o esforço que procuro fazer no dia a dia dos treinamentos. Espero ter contribuído com esta troca de experiência que, acredito ser uma fonte de conhecimento entre os profissionais da nossa área. Coloco-me a tua disposição na divulgação deste espaço para que ele traga muitas informações qualificando todos que participam da nossa área. Um grande abraço a este grande colega e amigo.fessor
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