sexta-feira, 25 de março de 2011

Vendedores de emoção e senso comum




Nos últimos anos, temos presenciado a espetacularização do esporte. O bombardeio de informação que somos submetidos nos torna, potencionalmente, influenciáveis por aqueles que transmitem as informações. Certa vez, exatamente no último dia das Olimpíadas de Sydney, o narrador esportivo Galvão Bueno disse na telinha que nossa participação nos jogos havia sido desastrosa (por não conquistarmos nenhuma medalha de ouro em tal evento). Essa declaração, obviamente, tomada por sua emoção ganhou dimensões incomparáveis, haja vista a força do locutor.


Logo após os Jogos Olímpicos, tornou-se clara a idéia de que Educação Física deveria formar atletas, municiar as raias, as piscinas, os campos, as quadras. Tenho clareza sobre os objetivos da Educação Física, principalmente na escola e não quero entrar nesse debate. O que me encanta nisso tudo é a força das declarações do "comandante do esporte global". Por estarmos atrelados ao esporte, precisamos estar distantes quando analisamos qualquer modalidade. Aos vendedores de emoção, sua paixão, aos profissionais que trabalham o dia-a-dia em seus locais de trabalho a razão, valorizando a emoção. Entretanto, há alguns casos que ganham destaque nesse contexto. É impossível falar de esportes, paixão, senso comum, e mais alguns desses adjetivos sem citar Armando Nogueira, até Machado de Assis deu sua parcela de contribuição ao falar de esporte no início do século XX. Voltando ao célebre Nogueira, ao falar de esportes ninguém falava com tanto amor como ele. Quando ele dizia: "A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico com cheiro de gol" ele falava com todo mundo, transpirava romantismo. Suas declarações o fizeram o porta voz do senso comum, daquilo que se fala em bares, nas esquinas, nas ruas, paradas de ônibus, enfím, em todos os lugares. O que ele escreveu, materializa os pensamentos de todos os que amam esportes. Em tempo, desfaço qualquer possibiliadade de comparação entre Galvão Bueno e Armando Nogueira.


Por fim, "a César o que é de César..." Os méritos aos vendededores de emoção são inegáveis, aos porta vozes do senso comum que nos presenteiam com grandes obras a nossa reverência, um salve ao colorado Luis Fernando Veríssimo e a todos os que amam esportes a liberdade, meu tempo e meus ouvidos quando falarem sobre.


Grande abraço a todos

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