terça-feira, 28 de agosto de 2012

A ruptura de paradigmas

           O trabalho com futsal, futebol e qualquer esporte coletivo de maneira geral nos coloca numa posição muito particular na sociedade. Entender os esportes como transformadores vai muito além da disciplina. Nessa perspectiva, podemos viajar por outras facetas de nossa sociedade.
               Ao longo dos anos de nossa alfabetização, quem iniciou em meados de 80 sabe bem do que estou falando, passou pela caligrafia, pelo aprendizado letra por letra, pela mecanização da língua. O pior, crianças eram "treinadas" a desenhar as letras sem ter o controle de sua motricidade fina, escrever sem a capacidade motora de controlar o gesto meticuloso de fazer a letra g, ou o w, f, enfim... Um pouco antes, década de 50, 60 talvez, crianças que nasciam sinistras (canhotas) eram "treinadas" a inibir uma característica inata a elas para se tornarem destras (direitas). Poderíamos dialogar um dia inteiro sobre as várias manifestações de "treinamento social" as quais fomos submetidos ao longo da história. Politicamente, sempre fomos instruídos a levar em conta as questões individuais e maniqueístas do mundo.
               Nos esportes vemos a mesma coisa e o que é pior, hoje em dia ainda é uma premissa. Estamos acostumados a ver escolinhas, clubes, universidades - isso mesmo, academia, pasmem - a tratar o esporte dessa maneira. Esse lamentável equívoco demonstra o perfil conservador, intransigente, autoritário e muito pouco inteligente de quem comanda. Revelar a faceta crítica de nossos alunos, atletas, evidencia nosso compromisso com uma sociedade mais justa e crítica, mais humana e justa.
               Mas como fazer? Em primeiro lugar... Para fazer diferente, é preciso muito desprendimento, desapego a ordem cartesiana. É necessário entender o mundo de maneira totalitária, respeitando as fases do desenvolvimento, as características, as peculiaridades de quem transita pelos esportes. Em segundo lugar, é fundamental que se mantenha a essência daquilo que se acredita. Jamais fuja do modelo principal. Em terceiro lugar, faça disso uma filosofia de vida, aplique em teu dia-a-dia, se assuma de forma total, o velho chavão "profissionalmente é uma coisa, pessoalmente é outra" deixa de existir. Tu és único e quem está contigo também. Com essas questões em nossa cabeça, mudamos o nosso ponto de vista, criamos um conceito novo acerca dos esporte e de seu desenvolvimento. Isso vale desde a iniciação ao alto rendimento, pois como falei anteriormente "somos únicos". Em tempo, sabedoria pra avaliarmos a melhor maneira faz-se essencial e, se quisermos criticidade, teremos que tê-la como base também.
               Por fim, reitero o compromisso do esporte com o mundo. Suas responsabilidades estão intrínsecas a prática e não são corretivos das mazelas sociais. Evidencie a crítica, traga ao imprevisto a aula, ao treino, traga a dúvida, eleve a discussão contigo mesmo e com os demais e tua aula-treino terá um rendimento satisfatório, além de uma qualidade notória do rendimento esportivo.
               Um abraço bem cinchado a todos e que DEUS ilumine a todos...

             

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